Recentemente, a grife Balenciaga se envolveu em uma polêmica das grandes ao promover uma campanha que incita pedofilia. As fotos já saíram de circulação, mas mostravam crianças com ursinhos vestidos com roupas de bondage e sadomasoquista. Além disso, entre os itens presentes nas cenas, havia um documento da Suprema Corte dos Estados Unidos aparentemente a favor de pedofilia.
Mesmo que isso tenha acontecido na semana passada, a polêmica tomou outra uma proporção ainda maior neste último fim de semana ao repercutir nas redes sociais – ficando até entre as trends mundiais. Aliás, na noite de ontem (27), Kim Kardashian, uma das parceiras e embaixadoras mais assíduas da marca, se pronunciou!
“Fiquei quieta nos últimos dias, não porque não estivesse enojada e indignada com as recentes campanhas da Balenciaga, mas porque queria uma oportunidade de falar com a equipe deles para entender por mim mesmo como isso poderia ter acontecido” – escreveu no Stories do Instagram.

E continuou: “Como mãe de quatro filhos, fiquei abalada com as imagens perturbadoras. A segurança das crianças deve ser considerada com a maior consideração e qualquer tentativa de normalizar o abuso infantil de qualquer tipo não deve ter lugar em nossa sociedade – ponto final. Agradeço a remoção das campanhas e desculpas de Balenciaga. Ao conversar com eles, acredito que eles entenderam a gravidade do problema e tomarão as providências necessárias para que isso nunca mais aconteça.”
“Quanto ao meu futuro com a Balenciaga, estou atualmente reavaliando meu relacionamento com a marca, baseando-me em sua disposição de aceitar a responsabilidade por algo que nunca deveria ter acontecido – e as ações que espero vê-los tomar para proteger as crianças”, finalizou no comunicado.

A marca se posicionou

Assim que a polêmica explodiu, a grife logo retirou a campanha do ar e se desculpou. “Sinceramente nos desculpamos por qualquer ofensa que nossa campanha de final do ano possa ter causado. Nossos ursos de pelúcia não deveriam ter sido usados por crianças nesta campanha. Nós tiramos imediatamente a campanha de todas as plataformas.”
A marca ainda pôs a culpa em quem produziu as imagens, mas vale lembrar que nenhuma campanha vai ao ar sem a aprovação da empresa. “Nos desculpamos por disponibilizar documentos desconcertantes em nossa campanha. Nós levamos esse assunto seriamente e estamos tomando providências legais contra as partes responsáveis por criar o set e incluir itens não aprovados para nossa campanha de primavera 2023. Condenamos fortemente o abuso de crianças em qualquer forma. Apoiamos a segurança e bem-estar das crianças.”
O fotógrafo
Gabriele Galimberti (responsável por fotografar a campanha) se defendeu nas redes sociais, após receber centenas de mensagens de ódio. “Depois das centenas de e-mails e mensagens de ódio que recebi como resultado das fotos que tirei para a campanha da Balenciaga, sinto-me compelido a fazer esta declaração. Não estou em condições de comentar as escolhas da Balenciaga, mas devo ressaltar que não tive direito, de forma alguma, nem de escolher os produtos, nem os modelos, nem a combinação dos mesmos.
Como fotógrafo, me pediram apenas e exclusivamente para iluminar a cena em questão e tirar as fotos de acordo com meu estilo de assinatura. Como de praxe em uma sessão comercial, a direção da campanha e a escolha dos objetos expostos não estão nas mãos do fotógrafo.
Desconfio que qualquer pessoa propensa à pedofilia busca na web e, infelizmente, tem acesso muito fácil a imagens completamente diferentes das minhas, absolutamente explícitas em seu péssimo conteúdo. Linchamentos como esses são dirigidos contra alvos errados e tiram o foco do problema real e dos criminosos.
Além disso, não tenho nenhuma ligação com a foto em que aparece um documento da Suprema Corte. Essa foi tirada em outro set por outras pessoas e foi falsamente associada às minhas fotos.”