Bless foi diagnosticado com um tipo de síndrome. Entenda o caso do filho de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso

Ontem (25), viralizou na internet um relato de Giovanna Ewbank super emocionada ao compartilhar como Bless foi diagnosticado. Trata-se de uma síndrome sensorial, conhecida como Transtorno de Processamento Sensorial.

Para entender mais sobre a condição, o psicólogo Alexander Bez e a especialista em neurociência Telma Abrahão, revelaram como isso pode afetar a vida das crianças e seus familiares.

Antes de tudo… A atriz explicou em seu podcast, Quem Pode, Pod, que Bruno Gagliasso e ela recorreram à um diagnóstico para o filho durante o isolamento. “Durante a pandemia, o Bless começou a ficar muito aéreo, [fazendo] algumas coisas que eu achava um pouco estranhas. Comecei a achar que ele poderia ter um grau de autismo, até que uma médica em São Paulo o diagnosticou com uma síndrome sensorial. Ele ouve mais do que nós todos, ele sente mais, sente mais cheiro.”

Sendo assim, a suspeita de Giovanna e Bruno sobre um possível autismo não estava totalmente errada, só não era o caso de Bless. Isso porque, segundo Alexander Bez, a síndrome pode ou não ter associação com o autismo. O psicólogo também explicou que o Transtorno de Processamento Sensorial (TPS) “está relacionado à dificuldade do cérebro em processar os estímulos externos e os estímulos ambientais. É um espectro de origem neurológica, mas abrange a esfera Neuropsicológica”.

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Quais são os sinais e tipos da síndrome? 

O psicólogo aponta que esta condição afeta os sentidos da pessoa: “Tanto na esfera hipossensibilidade quanto na esfera da hipersensibilidade”. Dessa forma, quanto mais sensível a pessoa for, maiores são os indícios de que ela tenha esta síndrome.

Alexander adverte, no entanto, que o quadro não deve ser confundido com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). “A hipossensibilidade é muito confundida com um possível TDAH pelas inquietações. Sendo assim, a criança com TPS faz muito esforço para reconhecer os estímulos da ambientação, se agitando muito: frio; calor; luzes; cores e etc.”

Ele também explica o outro tipo de diagnóstico. “A hipersensibilidade já é moldada pelo extremo desconforto que a criança com TPS sente ao processar os estímulos sensoriais. As luzes se tornam mais brilhantes e a temperatura mais forte. Sons mais intensos e o tato com mais sentido. Ou seja, muitas vezes pode ser complicado para os pais entenderem essas questões, achando que realmente é uma frescura.”

Ele conclui: “Não há bipolaridade na sintomatologia, ou a criança tem hipossensibilidade ou hipersensibilidade. Nas duas formas há transtornos psicológicos e emocionais envolvidos, caracterizando-a também como uma Síndrome de conotação Neuropsicológica.”

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Impacto nas crianças e nas famílias

Durante o podcast, Giovanna chorou ao lembrar que ela e Bruno chegaram a repreender Bless algumas vezes. Pois é… Quando ele demonstrava estar incomodado com alguma sensação, era como se fosse exagero ou besteira de sua parte. Por isso, este acaba sendo um comportamento comum de famílias e pessoas próximas que não têm noção da síndrome.

Especialista em neurociência do desenvolvimento infantil, Telma Abrahão relembra a importância de diagnosticar as crianças corretamente: “O diagnóstico do Transtorno do Processamento Sensorial em crianças é muito importante, pois traz uma grande compreensão sobre o comportamento infantil para os pais”.

“Sem o diagnóstico, os pais ou cuidadores tendem a achar que a criança é ‘mimizenta’, ‘fresca’ ou ‘mimada’. Isso impacta negativamente os relacionamentos e o comportamento da criança, que fica irritadiça e pode explodir com mais facilidade.”

Ela acrescenta: “Crianças com Transtornos de Processamento Sensorial não diagnosticadas tendem a ser mal interpretadas e até castigadas por seus pais, o que acaba criando traumas e piorando a situação.”

Segundo Alexander, “síndromes dessa natureza são de origem genéticas (congênitas), portanto não falamos em cura, mas em tratamento para melhorar as interações e o convívio diário, associado psiquiatricamente, neurologicamente e psicologicamente”.

Abrahão detalha a importância do tratamento com um terapeuta ocupacional: “O tratamento com terapeuta ocupacional é recomendado e muito importante para que a criança tenha uma boa qualidade de vida durante a infância e supere o transtorno”.

CRÉDITOS:

Metrópoles

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