Karen Bachini desabafa sobre ser intersexo: “não conseguia me olhar no espelho”

Recentemente, Karen Bachini (que é influenciadora digital, maquiadora e dona de uma marca de maquiagem que leva seu nome) desabafou sobre a descoberta do diagnóstico.

Com mais de 2 milhões de seguidores em seu canal no Youtube, o vídeo “Eu sou Intersexo” atingiu mais de 900 mil visualizações. Nos comentários, alguns internautas agradecem pela representatividade e coragem de falar sobre o assunto publicamente, enquanto outros admitem que não sabiam do que se tratava.

Vale lembrar que a pessoa intersexo é mascarada tanto pela medicina, como pela própria sociedade, e muita gente ainda não sabe que a letra I da sigla LGBTQIAP+ é de Intersexo.

“Depois que lancei esse vídeo, recebi mensagens de várias pessoas intersexo e confesso que demorei muito tempo para abri-las. Foi um processo. Achava que já tinha deixado os exames e toda essa história no passado. Foi o Amiel Vieira, do canal Oi, Intersexo, que pegou na minha mão e me explicou tudo. Através do site da Abrai (Associação Brasileira Intersexo) confirmei que o meu caso se enquadrava como intersexo.”

Em entrevista a Marie Claire, Karen Bachini conta que, logo na infância, vieram os primeiros exames. “Eu era uma criança que não tinha muitas características consideradas de menina: não tinha glândulas mamárias, meu ovário era pequeno, minhas trompas não tinham se desenvolvido. Fora que, mesmo com 18 anos, ainda não tinha menstruado, embora a minha mãe dissesse sempre que as mulheres da família menstruavam tarde. Foi então que passei em uma ginecologista, e ela me deu o primeiro anticoncepcional e me encaminhou para um médico geneticista, que estuda os cromossomos. Na época, éramos bem pobres, e o SUS era impossível, então consegui um médico do Senac.”

Além disso, ela revelou que ainda está passando pelo processo de aceitação e lembra que após o diagnóstico, ela não conseguia se olhar-se no espelho. “No começo, não conseguia me olhar no espelho, não conseguia me ver pelada, por exemplo. Parecia que estava vivendo em uma casca, como naqueles filmes que um parasita toma o corpo da pessoa e mora ali dentro. Precisei de muitas sessões de terapia para compreender e me aceitar.”

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